As escolinhas comunitárias em sua maioria possuem más condições para que possam oferecer proteção e segurança, além de não apresentarem um ambiente acolhedor para as crianças. Foi isso que constatamos ao conhecer as primeiras escolinhas e perceber que essa é a condição geral da maioria delas.
As construções precárias, sem janelas, cobertura de palha ou de zinco, ambiente abafado e escuro, chão de terra batida ou areia, algumas sem teto, enfim, nada que lembrasse um local com algum atrativo para crianças. Isso tudo sem contar as típicas escolinhas das zonas rurais, que funcionam sem absolutamente nenhuma estrutura, somente à sombra de uma árvore.
Diante disso, a Associação Vida Para África tem buscado auxiliar na construção e reformas de escolinhas, procurando melhorar de forma considerável as condições e acomodações daquelas que se encontram em situação mais crítica.
O Centro Infantil Yeshua Adonai foi a primeira construção feita pela Associação Vida Para África, no final de 2006.
Durante longos anos essa escolinha funcionou debaixo de uma árvore, localizado num pequeno quintal em Inhagoia, um humilde bairro da periferia de Maputo. Quando chovia as crianças eram colocadas dentro de uma pequena palhota para ali se abrigarem.
A construção compreendeu duas salas de aula, levantadas em pouco tempo. A posterior pintura e caracterização com desenhos foi algo inédito na comunidade, chamando a atenção de todos os moradores do entorno, que fizeram da escolinha um "ponto turístico". Uma pequena cozinha, banheiros e um alpendre completaram as instalações.
Apesar das limitações devido ao tamanho reduzido do terreno, foi possível criar um espaço seguro, digno e acolhedor, adequado para as atividades das crianças que ali estudam.
Todos os anos a escolinha recebe em torno de 80 crianças e se tornou uma referência de ensino dentro daquela comunidade.
Isso prova como uma simples ação pode causar um efeito duradouro e de grande impacto social.
Essa escolinha funcionava no bairro do Santos, na cidade da Matola, em uma construção muito precária.
A sala era muito escura, sem janelas e, consequentemente, sem circulação de ar. As paredes, muito baixas, não possuíam reboque, e a cobertura de zinco tornava o ambiente quente e abafado. O chão era de cimento bem danificado, coberto com esteiras para as crianças se sentarem durante as aulas.
No final de 2006 começamos a intervenção na escolinha. O primeiro passo foi a aquisição de novas carteiras. A seguir, as paredes foram levantadas, para que a cobertura ficasse mais alta. Janelas amplas trouxeram maior claridade e ventilação para o ambiente. As paredes foram rebocadas e pintadas, e na cobertura foram colocadas algumas telhas transparentes que deram ainda mais luminosidade à sala. No chão foram colocadas lajotas, completando a reforma.
Poucas semanas depois a escola estava pronta, com novas carteiras, novas cores e um ambiente totalmente renovado, o que fez com que as crianças pudessem se acomodar e desfrutar de um ambiente digno delas.
No início de 2007 conhecemos a jovem e entusiasmada educadora Gilda Macamo, que há anos trabalhava na escolinha comunitária do bairro de Tsalala.
Em nossa primeira visita à sua escolinha percebemos o risco que as crianças corriam. A escolinha possuía apenas quatro paredes sem janelas ou portas, sem nenhuma cobertura, a não ser uma pequena lona velha e rasgada, colocada num canto daquele espaço, oferecendo um pouco de sombra para as crianças.
À primeira vista parecia que uma pequena reforma na cobertura atenuaria o problema, mas ao iniciar o trabalho percebemos que a estrutura das paredes estava totalmente comprometida, não haviam alicerces, colunas ou vigas, enfim, as quatro paredes deveriam ser derrubadas e tudo construíd desde o princípio.
O que seria uma simples reforma se tornou uma grande construção, feita em parceria com uma Igreja que mantém a escolinha e funciona no mesmo local. Entregamos o imóvel parcialmente terminado, com o espaço principal para três salas de aula construído e coberto, as paredes rebocadas e o chão cimentado. Foram feitos também os banheiros, tanto para crianças quanto para adultos, com dreno e a fossa. A cobertura para a cozinha, refeitório e banheiros, assim como o resto do acabamento, ficou por conta da Igreja.